sexta-feira, 6 de junho de 2014

Conheça cockpits para games que até pilotos profissionais usam

  • Emerson Fittipaldi tem um cockpit em casa para treinar nas mais variadas categorias do automobilismo
    Emerson Fittipaldi tem um cockpit em casa para treinar nas mais variadas categorias do automobilismo
Toda pessoa costuma ter seu cantinho favorito para jogar videogame. Alguns ficam na sala, esparramados no sofá, outros no quarto, deitados na cama, mas existem aqueles que levam a diversão mais a sério e reservam um espaço maior da casa para curtir seus games de corrida usando volantes, pedais e até um televisor dedicado.
Esse é o caso de Emerson Fittipaldi, o veterano piloto bicampeão da Fórmula 1 , que tem em sua casa um cockpit para afinar suas habilidades e também de seu filho, Emmo, de 7 anos, disputando corridas virtuais nas mais variadas categorias.
Os cockpits para jogos e simuladores de corridas tentam transmitir a experiência mais próxima possível de estar em um carro de corrida - mas sem sair do conforto de casa.
  • Rodrigo Capote/UOL
    O bicampeão de Formula 1 Emerson Fittipaldi, ao lado de seu filho que "já corre em Interlagos" com o simulador
Segundo a empresa Cockpit Extreme Racing, não apenas Emerson, mas também Ricardo Maurício, Popó Bueno,  Rubens Barrichello entre tantos outros pilotos profissionais usam esses equipamentos nos momentos de recreação.
"O Emmo correu nesta pista de Cotia hoje à tarde", disse o orgulhoso campeão e pai à reportagem de UOL Jogos, "com o simulador ele pode treinar e melhorar o tempo sem sair de casa".
Quem usa esses "acessórios", geralmente está em busca de jogos de corridas mais realistas. Emerson, por exemplo, usa o simulador brasileiro "Game Stock Car" em um computador dedicado ao hobby.
"Meu desafio é o F1 moderno, em especial Interlagos. Estou a mais ou menos 1,5 segundo do recorde mundial. Gosto muito de Kart também, é muito legal, é o básico para os corredores e o cockpit se adequa bem pras duas situações", conta.
O mesmo pode ser dito do administrador Marcelo Fernandez, 43 anos, de Maringá, que em casa tem em seu cockpit ligado a um PlayStation 3 para rodar "Gran Turismo 6" e os jogos da série "Dirt".
"Sempre fui apaixonado por velocidade, quando solteiro e sem filhos, tive motos que ultrapassavam os 300 km por hora. Ali tinha a adrenalina que procurava, aí vieram os filhos e tive que ter mais responsabilidade. Encontrei no videogame o lugar onde despejar o estresse do dia-a-dia, virei piloto virtual, sem sair de casa e fora de perigo", conta Marcelo.
  • Reprodução/Acervo pessoal
    Marcelo Fernandez usa o cockpit em casa para jogar com amigos games como "Gran Turismo 6" e "Dirt 2"
A sensação de estar em um carro é quase completa, mas ainda há o que melhorar, conta Fittipaldi: "Olha, tem o G lateral, as sensações de freada e aceleração que alguns simuladores tentam recriar, de maneira artificial ou com inclinação, mas nunca é tão próximo quanto o verdadeiro".
Mesmo faltando esses "detalhes", o campeão aprova os simuladores e até cita como bom exemplo o GT Academy, um reality show em que Nissan e Sony usaram jogos da série "Gran Turismo" para formar pilotos de verdade.  "Quando estive em Le Mans há 3 anos eu conheci o primeiro vencedor do GT Academy. Era [Lucas Ordóñez] um espanhol, a FIA autorizou, ele fez uma clínica e foi campeão da P2 e hoje é piloto profissional. Realmente funciona", diz.
Quem busca trilhar esse caminho é o engenheiro Gabriel Albuquerque Bechtold, 29 anos, que se dedica ao automobilismo virtual desde 2007 e já coleciona alguns troféus na estante. "Participo de campeonatos online e alguns eventos de Automobilismo Virtual. Normalmente há transmissão ao vivo das corridas, com narração e comentários", diz.
Campeonatos de simuladores acontecem online e, em alguns casos, presencialmente. O cenário está ainda em desenvolvimento, mas os competidores são entusiastas e usam simuladores como "Game Stock Car 2013" e "Asseto Corsa", alguns dos mais realistas do mercado atualmente.
  • Reprodução/Cockpit Extreme Racing
    Os cockpits conseguem fazer com que o jogador se sinta dentro de um carro, com volantes, pedais e câmbio para aumentar o realismo
Corrida na sala de casa
Mas você não precisa ser um campeão mundial nem um entusiasta para sentar em uma cabine dessas. Marcelo é um "usuário comum", sem pretensão a ser um piloto virtual profissional, mas se diverte em partidas online com amigos.
  • Reprodução/Acervo pessoal
    Gabriel Bechtold é campeão de automobilismo virtual e tem vários trofeus em sua prateleira
"Temos um grupo onde fazemos rachas virtuais, marcamos o dia e a hora de começar, normalmente à noite, pois todos trabalham. Tem chef de cozinha, publicitário, médico, policial federal, empresários e pilotos reais. Todos corremos de igual nível , bem divertido, cada um em sua casa, e as vezes nos reunimos na casa de alguém, montamos vários cockpits para ter um churrasco e confraternização anual", conta.
A verdade tem que ser dita: alguns cockpits são grandes e espaçosos e não cabem em qualquer sala. Na casa de Emerson Fittipaldi, o aparelho fica em um canto da sala de estar, mas se você não tem espaço sobrando, existem alternativas.
"Existem hoje no mercado alguns suportes para volante e pedais que atendem as pessoas que buscam maior flexibilidade e um equipamento que praticamente não ocupa muito espaço", diz Gabriel.
  • Reprodução/Real Games Simuladores
    Um cockpit pode ir de um modelo mais barato ou chegar ao preço de um carro. Este da Real Games Simuladores custa R$ 24 mil
Atualmente existem diversas fabricantes desses acessórios no Brasil e os preços variam entre R$ 399 para suportes para volantes até ousados R$ 24 mil em equipamentos que acompanham três monitores de 32 polegadas, carenagem, volante profissional e, por que não, até um videogame incluso.
Mas antes de sair correndo para uma loja, é importantíssimo conversar com as pessoas em casa para não virar briga na hora da jogatina. Marcelo, por exemplo, teve que convencer a esposa antes de comprar seu cockpit. "No começo foi uma briga com a esposa, mas depois ela aceitou. Meu cockpit fica no canto da sala de TV, ao lado do elíptico [aparelho academia] dela. Como ambos ocupam o mesmo espaço, temos direitos iguais", brinca.

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